Rua Guanabara

Extensão: 500 metros
Bairro: Santa Catarina
Lei 20/1967

No ano de 1967, já se percebiam algumas leis e atitudes tomadas no sentido de organizar a cidade, em franco crescimento. A lei nº 20/1967 é uma prova disso. Nomeava 67 ruas, em diversos loteamentos espalhados pela cidade. Destas ruas, agrupadas nos referidos loteamentos, 9 receberam nomes indígenas, 15 nomes de países, 10 nomes de estados brasileiros, 7 capitais de estados brasileiros, 24 municípios de Santa Catarina, além de 2 nomes próprios de destacados cidadãos caçadorenses.

As ruas denominadas por esta lei que receberam nomes de estados brasileiros são Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Guanabara, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. A rua Paraná foi planejada, mas não executada, não existindo no atual quadro de ruas de Caçador.


Deve-se observar que, à época da edição desta lei municipal, existia na configuração política brasileira o estado da Guanabara, que consistia no atual município do Rio de Janeiro. Foi criado no lugar do chamado “município neutro”, depois denominado “Distrito Federal”, que abrigava a sede do poder central do Brasil. A partir da transferência da capital para Brasília, foi criado o Estado da Guanabara, que perdurou até 1975. 


O estado da Guanabara foi criado após o fim da Era Vargas e o vislumbrar de uma nova fase política com o presidente Juscelino Kubitschek, iniciada em 1955, patrocinando a ocupação do interior do Brasil, que na prática eliminava o cenário político brasileiro das pressões sociopolíticas das grandes cidades e de setores políticos influentes. A construção de Brasília representava um baque nos interesses em jogo da elite carioca, pois minimizava o seu tranquilo status de centro das decisões políticas do país.

Diante dessa ameaça, com intensa mobilização entre os grupos políticos cariocas, ainda indecisa com os rumos que a cidade tomaria, optou-se pela criação da cidade-estado da Guanabara.

A Guanabara foi o único caso no Brasil de uma cidade-estado. Em plebiscito realizado em 21 de abril de 1963, a população decidiu pela existência de apenas um município na unidade federada. O primeiro governador, José Sette Câmara Filho, foi nomeado pelo presidente da República e exerceu o cargo até 5 de dezembro de 1960, quando o passou para o primeiro governador eleito, Carlos Lacerda, que exerceu o cargo por cinco anos.

A condição de cidade-estado permitiu que a Guanabara, mesmo depois de perder verbas federais com a transferência da capital federal para Brasília, desfrutasse de uma elevada receita per capita, proveniente da dupla arrecadação com os impostos municipais e estaduais, o que lhe possibilitou o financiamento do grande número de obras públicas realizadas durante a década de 1960. Era um estado rico, ao contrário do vizinho estado do Rio de Janeiro, que era pobre, com uma economia que se esvaziava desde 1927 mesmo com a industrialização ocorrendo no eixo Rio-São Paulo.

Durante a presidência do general Ernesto Geisel, decidiu-se realizar a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a partir de 15 de março de 1975, mantendo a denominação de estado do Rio de Janeiro, voltando-se à situação territorial de antes da criação do Município Neutro, com a cidade do Rio de Janeiro também voltando a ser a capital fluminense.